quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A criptografia ao longo da história

Júlio César (Imperador Romano) foi o primeiro criptógrafo da história. Quando os seus mensageiros começaram a ser capturados e as suas mensagens capturadas, imaginou um processo simples de cifrar as suas ordens. Cifrava o texto das mensagens de tal maneira que parecessem não fazer sentido. Como é evidente, faziam. Cada mensagem tinha sempre uma quantidade de letras que formavam um quadrado perfeito – 16,25,100, dependendo do que precisava dizer. Secretamente informava os seus oficiais de que quando chegasse uma comunicação, deviam transcrever o texto para uma grelha quadrada. Se o fizessem, e lessem de cima para baixo, a mensagem secreta aparecia como que por magia.

Com o tempo, essa ideia de redistribuir o texto foi adoptada por outros e modificada de modo a tornar a sua decifração mais difícil. O auge da encriptação manual ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial. Os alemães construíram uma complexa máquina de cifrar chamada Enigma. O engenho assemelhava-se a uma vulgar máquina de escrever com hélices de latão interligados que giravam de maneiras intricadas e transformavam o texto em grupos de caracteres aparentemente sem sentido. Só possuindo uma outra máquina Enigma, calibrada exactamente da mesma maneira, o receptor podia decifrar o código.

Ao longo dos anos 80, a NSA (Agência de Segurança Nacional Americana) assistira a uma revolução no campo das telecomunicações que haveria de modificar para sempre o mundo da recolha de informações: o acesso público à internet. Mais especificamente, a chegada do e-mail. Criminosos, terroristas e espiões, abraçaram esse novo meio de comunicação global. O e-mail tinha a segurança do correio convencional e a rapidez do telefone. Mas pensando que era impossível interceptá-las descobriram que os seus segredos não eram tão privados como pensavam. O FBI (Federal Bureau of Investigation), a DEA (Drug Enforcement Administration), e outras agências da lei auxiliadas pela NSA por hackers que se ofereciam para o fazer conseguiram uma autêntica avalancha de capturas e de condenações. Quando os utilizadores de computadores do mundo inteiro descobriram que o Governo dos EUA (Estados Unidos da América), tinha livre acesso á suas comunicações electrónicas levantou-se um coro de protestos. Até aqueles que se limitavam a usar o e-mail para trocar simples correspondência, acharam pouca piada a essa falta de privacidade. De um extremo ao outro do globo, os programadores mais dotados começaram a procurar uma maneira de tornar o e-mail mais seguro. Não tardaram a encontrá-la, e assim nasceu a encriptação por chave pública ou assimétrica que é actualmente um dos métodos mais utilizados.

José Silva e Eduardo Martins

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